| Sexta-feira, 07 de junho de 2002 17h01 Brasil adota postura hipócrita contra o pior time da Copa da Folha Online
As dificuldades do Brasil na estréia contra a Turquia, aliadas aos vexames recentes protagonizados pela seleção, fizeram jogadores e técnico adotarem uma postura hipócrita em relação ao jogo deste sábado, contra a China, que pode valer a classificação brasileira para as oitavas-de-final da Copa-2002.
Mesmo jogando contra o pior de todos os times que disputam o Mundial _50º colocado no ranking da Fifa_, que jamais antes havia jogado uma Copa, e que na estréia foi derrotado pela Costa Rica, outra nação sem tradição no futebol, o discurso de respeito ao adversário soa afetado e exagerado.
Nem mesmo os desfalques dos dois zagueiros titulares chineses, Sun Jihai e Fan Zhiyi, este a maior estrela do time, mudaram o surrado clichê.
"Isso [os desfalques] não nos diz nada. A responsabilidade para nós é a mesma. Não estamos interessados em uma goleada. Essa partida representa para nós a classificação para a próxima fase", disse o atacante Rivaldo.
"Não existe isso de jogo fácil. A Arábia foi goleada por 8a 0 pela Alemanha e deu trabalho para Camarões, que venceu só por 1 a 0", afirmou o técnico Luiz Felipe Scolari.
"A China faz o seu dever direitinho. Joga simples, mas faz direito. Por isso se classificou para a Copa. Se para vocês [jornalistas] a China não é um time forte, para nós é. Respeitamos todos os adversários", completou.
As zebras vistas até aqui na competição, como as derrotas de França e Portugal para Senegal e Estados Unidos, também assustam o time brasileiro.
"Os resultados tem sido bastante apertados, de modo que não podemos nos desconcentrar pensando em uma goleada, e sim apenas em vencer e garantir a classificação", disse o meia Juninho.
A preocupação com a adversário e tamanha que Scolari creditou ao estilo de jogo chinês a mudança que fez na zaga da seleção, Anderson Polga ganhando a vaga de Edmílson.
"Pelas características da China, optei por um zagueiro que tem mais qualidade na cobertura, que joga mais na sobra."
À exceção de Polga, o time que joga neste sábado é o mesmo que enfrentou a Turquia. Para o segundo tempo, Scolari deve alterar o esquema tático do 3-5-2 para o 4-4-2, com as entradas de Vampeta no lugar de Polga e de Denílson no lugar de Ronaldinho.
Se vencer a partida, o Brasil vai a seis pontos e garante vaga na próxima fase. Em caso de empate ou derrota, a decisão fica para a última rodada, quando enfrenta a Costa Rica.
BRASIL Marcos; Lúcio, Roque Júnior e Anderson Polga; Cafu, Gilberto Silva, Juninho, Ronaldinho e Roberto Carlos; Rivaldo e Ronaldo Técnico: Luiz Felipe Scolari
CHINA Jang Jin; Xu Yunglong, Qu Bo e Li Weifeng; Yu Genwei, Wu Chengying, Ma Mingyu, Li Tie e Li Xiaopeng; Hao Haidong e Yang Chen (20).
Horário: 8h30 Local: Seogwipo (Coréia do Sul) Juiz: Anders Frisk (Suécia)
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