| | Notícias > | | Quarta-feira, 14 de janeiro de 2004 17h56 Comandante de vôo da AA fica à disposição da Justiça, em Guarulhos da Folha Online
O comandante de um vôo da American Airlines preso em flagrante nesta quarta-feira no aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (região metropolitana de SP), foi encaminhado nesta tarde à Justiça Federal do município para prestar esclarecimentos.
Dale Hobbin Hersh, 53, foi autuado por desacato, já que fez um gesto obsceno ao ter que segurar sua ficha na frente do corpo para ser fotografado pelos agentes.
O superintendente da PF, Francisco Baltazar da Silva, disse que o comandante da aeronave "se deixou fotografar com um gesto obsceno, gesto este conhecido internacionalmente como obsceno".
Reprodução | | Comandante faz gesto obsceno durante identificação
| O comandante presta esclarecimentos acompanhado do advogado da American Airlines. A empresa afirmou que não vai se pronunciar sobre o caso, mas disse que a ordem é de que os funcionários acatem os procedimentos realizados no Brasil.
Segundo o porta-voz da PF, delegado Wagner Castilho, o comandante da aeronave "ficará à disposição da determinação e da decisão da Justiça", que decidirá se o comandante agiu de forma "dolosa ou culposa". A pena para este tipo de crime, segundo Castilho, varia de 6 meses a dois anos de detenção.
Tripulantes
Os outros dez tripulantes do vôo, procedente de Miami, estão isolados na sala da American Airlines, no aeroporto. Eles foram inadmitidos de entrar no país por terem debochado do procedimento de identificação após o gesto do comandante.
"A tripulação acompanhou o gesto de seu comandante e começou a comportar-se de maneira jocosa, de maneira a desabonar a atitude dos policiais federais e do sistema de identificação brasileiro", afirmou Castilho.
Apesar de risos e piadas eles não cometeram crime e retornarão aos Estados Unidos, ainda nesta quarta-feira, como passageiros em um vôo da American Airlines.
"Fichamento"
A identificação de turistas norte-americanos foi determinada no início do mês pelo juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal em Cuiabá (MT), a pedido do Ministério Público Federal.
A medida é baseada no princípio da reciprocidade, uma vez que a exigência também é aplicada quando brasileiros chegam aos Estados Unidos.
Na segunda-feira (12), o Tribunal Regional da 1ª Região acatou liminar da Prefeitura do Rio de Janeiro pedindo a suspensão do serviço. Porém, no mesmo dia, o governo federal publicou em edição extra do "Diário Oficial" da União uma portaria oficializando a identificação de estrangeiros que chegam ao país, dentro do princípio da reciprocidade.
A portaria informa que o procedimento será mantido até que um grupo interministerial defina regras para o controle da entrada de norte-americanos. O grupo tem um prazo de 30 dias para a conclusão dos trabalhos.
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