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Segunda-feira, 18 de julho de 2005 21h05
"Queime no rabo de quem tiver de queimar", diz Ciro
KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza

Entre vaias e aplausos, o ministro Ciro Gomes (Integração Nacional) participou da abertura da Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em Fortaleza, protagonizando bate-bocas em defesa do governo Lula e do projeto de transposição do rio São Francisco.

"Que nós temos que perseguir a safadeza, punir etc., vamos lá, queime no rabo de quem tiver de queimar, mas não vamos generalizar, porque senão os progressistas do Brasil de verdade vão estar fazendo um serviço para uma direita que chafurdou na lama a vida inteira e que agora quer vir nos ensinar ética", afirmou em sua palestra.

Ciro falou, pela manhã, a uma platéia de estudantes, pesquisadores, políticos e técnicos envolvidos na defesa ou na crítica do projeto de integração de bacias do rio São Francisco, a chamada transposição.

Em sua fala sobre o projeto, o ministro não deixou de dar estocadas irônicas em adversários políticos. "Eu vejo muito pouca boa intenção num certo PFL, que está muito agressivo com esse assunto [a transposição]. Eu não acredito, francamente, que meu querido amigo senador Antonio Carlos Magalhães esteja preocupado com a questão ambiental do São Francisco. Só na tortura e no pau-de-arara [eu acreditaria]", disse.

"Se me botar no choque elétrico, eu não acredito que meu amigo João Alves, meu eleitor, governador de Sergipe, esteja honestamente preocupado com a ecologia, eu não acredito", afirmou Ciro. Os dois pefelistas citados são os principais nomes contrários à transposição.

A palestra ganhou ares de assembléia estudantil, com gritaria, vaias e aplausos a todo momento. Ciro protagonizou mais de uma vez bate-bocas com professores e técnicos que se opõem à transposição. Primeiro, irritou-se bastante quando questionado sobre possíveis desvios no processo de licitação da obra, já em andamento. "Sou funcionário público, sou funcionário público, e estou aqui porque acho que tenho de prestar contas", gritou ele em sua resposta. "Se houver problemas, mande por carta, porque senão gente séria não vai mais governar o Brasil, quem tem pudor não vai mais querer fazer isso, não."

Um grupo de estudantes com camisetas do PSTU não deixou o ministro em paz até que ele fosse embora. Enquanto gritavam "fora Ciro", "mensalão" e outras frases contra a corrupção no governo, logo após a palestra, Ciro respondia com "ACM, ACM", aos risos.

Governo

Em sua defesa ao governo Lula, Ciro afirmou concordar que se investigue tudo, como quer o presidente, mas que toda a crise pode afetar a governabilidade.

"Acho que pode atrapalhar o governo, se a gente não conseguir velocidade numa solução que aponte ao país, se houver, culpas e culpados, para as punições, para a população brasileira, que está de saco cheio da impunidade, da ladroeira e da safadeza e que não quer ver mais isso acontecer. Eu gostaria muito de ver tudo apurado, para separar quem é culpado de quem não é", disse o ministro, em entrevista.

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