Voltar | Ajuda
     
     Em tempo real  
 Destaques
 Economia
 Educação
 Esportes
 Geral
 Mundo
 Política
 Ciência e Saúde
 Tecnologia e Internet
 Variedades


  VilaBOL
VilaBOL

 
Notícias >
 
Envie esta páginaEnvie esta página

Terça-feira, 21 de maio de 2002 22h38
Lixo químico polui água em 16 áreas do Vale do Paraíba e litoral norte
MARCELO CLARET
da Folha de S.Paulo, no Vale

Levantamento divulgado ontem pela Cetesb (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental) apontou que o Vale do Paraíba e o litoral norte têm 16 áreas industriais e comerciais contaminadas por produtos químicos ou orgânicos.

Todos os pontos de contaminação atingiram o lençol freático, segundo o órgão. Danos ambientais, ocorridos há pelo menos dez anos, ainda não foram reparados.

São José dos Campos lidera o ranking de cidades, com sete áreas industriais contaminadas, seguida por Taubaté (cinco), Caraguatatuba (duas), Jacareí e Caçapava (uma área cada).

Os danos ambientais foram provocados pelo armazenamento irregular de resíduos ou o vazamento dos produtos tóxicos dos tanques de tratamento de efluentes das empresas.

As áreas na região foram contaminadas, de acordo com o relatório da Cetesb, por mercúrio, chumbo, cromo, níquel, hidrocarbonetos de petróleo, cádmio e manganês, entre outros.

Especialista consultado pela Folha afirmou que o contato indevido com as substâncias químicas pode causar até a morte.

Os 16 focos mapeados na região correspondem a 6,27% do total de áreas contaminadas em todo o Estado de São Paulo _255.

Em São José dos Campos, estão na lista multinacionais como Monsanto, Panasonic, Hitachi, Johnson & Johnson e New Part, além das brasileiras Revap (Refinaria Henrique Lage) e Gerdau.

Já, em Taubaté foram incluídas na lista três postos de combustíveis, monitorados para evitar possíveis explosões, e duas indústrias químicas _IQT e Ciquine.

Também são alvo de investigação da agência ambiental dois postos de combustíveis, em Caraguatatuba, a empresa Tonolli, de Jacareí, e a MWL, de Caçapava.

As empresas apontadas no relatório informaram, quando procuradas pela Folha, que estão seguindo as determinações da Cetesb.

O gerente de controle da agência da Cetesb de Taubaté, Vander Eustáquio Salomon, disse que nenhuma das áreas contaminadas oferece risco à população, mesmo tendo atingido o lençol freático.
"Nas indústrias, as áreas são restritas, impossibilitando a presença de poços artesianos. No caso dos postos de gasolina, já mapeamos a área e não encontramos casas abastecidas por esse sistema", disse Salomon.

Segundo o gerente, a Cetesb descarta o risco de contaminação pela água porque as cinco cidades da região são abastecidas pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que faz a captação nos rios. "Também não vemos a possibilidade de ocorrer uma explosão nos postos de combustíveis porque a gasolina está muitos metros abaixo do solo", disse o gerente.

Recuperação
Salomon disse que, com exceção da Tonolli, de Caçapava, e dos postos de gasolina, a indústrias já removeram os resíduos sólidos depositados irregularmente.

"Essas empresas já apresentaram estudos para remediar os danos ambientais, que estão sendo analisados pela Cetesb, ou iniciaram os trabalhos de recuperação das áreas", disse Salomon.

Segundo ele, para impedir o impacto ambiental, as empresas terão que fazer o bombeamento da água do lençol freático e providenciar o tratamento.

Ele afirmou que todas as indústrias e postos já foram notificados pela Cetesb. No entanto apenas duas foram multadas _a Ciquine e IQT_, segundo o órgão.

"A maioria das contaminações ocorreu na década de 80, quando ainda nem existia um aterro licenciado na região para receber os resíduos. Diante disso, autuamos somente as empresas que apresentaram os problemas após 1985", disse o gerente.

Envie esta páginaEnvie esta página

Notícias >