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Terça-feira, 12 de abril de 2005 13h59
Empregados do Vaticano podem ficar sem receber gratificações
da France Presse, no Vaticano

Os empregados do Vaticano devem receber uma gratificação após a morte do papa, conforme uma antiga tradição, mas este prêmio lhes foi negado em 1978 com a morte de João Paulo 1º.

Um dos motivos para o não-pagamento desta tradicional gratificação neste momento são as finanças do Vaticano, que atualmente se encontram no vermelho.

A decisão de conceder a gratificação cabe ao camerlengo, o cardeal espanhol Eduardo Martínez Somalo, encarregado de administrar os bens do Vaticano desde a morte de João Paulo 2º e até a eleição de seu sucessor.

Contudo, até agora nenhum anúncio sobre o tema foi realizado até esta terça-feira, após a oitava reunião dos cardeais encarregados de preparar a eleição do novo papa.

Depois da morte de João Paulo 1º, no dia 28 de setembro de 1978, com somente 33 dias de pontificado, o camerlengo --que naquela época era o cardeal francês Jean Villot-- se opôs ao pagamento desta gratificação cuja quantidade equivale a um mês de salário.

É provável que desta vez a gratificação seja esquecida, devido ao péssimo estado das finanças do Vaticano --problema que se arrasta há vários anos.

Em 2003, a Santa Sé registrou um déficit de 9,57 milhões de euros (R$ 32 milhões, aproximadamente), anunciou em junho de 2004 o cardeal Sérgio Sebastiani, o ministro das Finanças do papa. Em 2002, esta cifra ficou em 13,5 milhões de euros (R$ 45 milhões, aproximadamente).

"A Santa Sé gastou 213,22 milhões de euros (R$ 711,4 milhões, aproximadamente) e recebeu em seus cofres 203,66 milhões de euros (RS 679,5, aproximadamente), disse o cardeal Sebastiani.

As finanças de Estado da Cidade do Vaticano, uma administração distinta, estavam igualmente sob números vermelhos, com um déficit de 8,82 milhões de euros (29,4 milhões, aproximadamente), em 2003.

Uma parte destas perdas foi justificada por uma doação de 10,5 milhões de euros (R$ 35 milhões, aproximadamente) para cobrir as dívidas da Rádio Vaticano, explicou o cardeal Sebastiani.

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