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Terça-feira, 29 de novembro de 2005 11h28
Nepal vai investigar jovem que devotos dizem ser encarnação de Buda
da France Presse, em Katmandu
Um adolescente nepalês que, segundo seus devotos, medita há seis meses sentado sob uma árvore, sem comer nem beber, provocou uma devoção em massa no país e também uma investigação por parte das autoridades já que, segundo alguns, ele seria a "reencarnação" de Buda.
Dezenas de milhares de budistas, curiosos e devotos, viajaram ao sudeste do Nepal para ver o jovem de 15 anos que medita sob uma figueira com os olhos fechados, como teria feito o fundador do budismo, Siddharta Gautama, no século 6º a.C.
Autoridades nepalesas anunciaram nesta segunda-feira que o jovem Ram Bahadur Bomjon será investigado. Segundo seus seguidores, ele não se moveu desde que começou a meditar.
"Muitos crêem nele, mas várias pessoas também pensam que isso é impossível", afirmou Shanta Raj Subedi, chefe do distrito da localidade de Bara --onde está o jovem-- localizado a 150 quilômetros da capital do Nepal, Katmandu.
"Como isso está vinculado à religião [budista], teremos que estabelecer a verdade antes de fazer qualquer coisa", disse Subedi.
O responsável pediu ao Ministério nepalês do Interior e à Academia Real de Ciência e Tecnologia que se informem sobre o adolescente. "Também pedimos para que venham monges de monastérios budistas para examiná-lo", afirmou o chefe distrital.
Comoção
Seja qual for a verdade, o jovem provocou uma grande comoção em todo o Nepal. "Me senti muito bem, muito feliz e tranqüila quando fui ao lugar onde o jovem medita", afirmou à agência de notícias France Presse Padma Kamal, que viajou neste sábado (26) para Bara.
Os visitantes são obrigados a se manter a uma distância de 60 metros do adolescente, e não estão autorizados a tirar fotos, segundo testemunhas.
Vários médicos questionados sobre a possibilidade de um jejum total de seis meses afirmaram que, nessas condições, sobreviver pouco mais de algumas semanas é pouco provável.
"Normalmente, se pode viver sem alimentos nem água menos de um mês", afirmou o médico Jagendra Bahadur Shrestha.
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