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Segunda-feira, 09 de fevereiro de 2004 14h18
Evolução do câncer é indiferente a atitude otimista
da Agência Lusa

Médicos que encorajam a esperança nos pacientes com câncer podem sobrecarregá-los em vão, já que o otimismo não melhora as hipóteses de sobrevivência à doença, indicam os resultados de estudo australiano.

O otimismo não provocou qualquer alteração no destino da maioria dos 179 doentes com câncer que cientistas australianos acompanharam durante cinco anos. Apenas oito sobreviviam quando o estudo terminou, em 2001. Todos os pacientes sofriam de uma forma comum de câncer do pulmão.

Embora o estudo fosse pequeno e incidisse num câncer com poucas hipóteses de sobrevivência --só 12% dos pacientes vivem mais do que cinco anos--, especialistas dizem tratar-se do primeiro estudo cientificamente válido a analisar a relação entre otimismo e câncer.

Os resultados surpreenderam os pesquisadores, que esperavam que os doentes otimistas vivessem mais tempo do que os desprovidos de esperança.

Os pacientes ficam sobrecarregados com a preocupação de manter uma atitude positiva nas situações difíceis, dizem os cientistas do Centro Oncológico Peter MacCallum, de Melbourne (Austrália), e de outros cinco centros de saúde em artigo publicado hoje na revista "Cancer".

O estudo constatou que o otimismo diminui quando os pacientes sentem os efeitos tóxicos dos tratamentos e quando sabem mais sobre as realidades da doença.

"Devemos questionar a utilidade do otimismo se o resultado é levar o paciente a esconder a sua aflição na esperança vã de que isso lhe fará ganhar sobrevivência", comentou a principal autora do estudo, Penelope Schofield. "Se um paciente se sente pessimista... é importante considerar essa atitude válida e aceitável", acrescentou.

Por outro lado...

Mas embora o otimismo possa não ajudar os pacientes com câncer a viver mais, poderá ajudá-los de outras formas, segundo a ACS (American Cancer Society), que edita a revista "Cancer".

Uma atitude positiva pode contribuir para hábitos alimentares mais saudáveis, deixar de fumar, beber menos, fazer mais exercício e aprender mais sobre a doença e as opções de tratamento.

Muitos desses pacientes aprendem a viver com a terapia, a evitar a fadiga e até regressam ao emprego, de acordo com LaMar McGinnis, conselheira médica da ACS.

"É pena que eles [os autores do estudo] não reflitam sobre a qualidade de vida", afirmou. "Não temos ilusões de que o otimismo influencie a terapia, mas acreditamos que o otimismo e a esperança influenciam na qualidade de vida dos pacientes", disse.

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