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Sexta-feira, 05 de novembro de 2004 15h02
Cientistas encontram molécula responsável pelo vício do fumo
da Agência Lusa, em Washington (EUA)

Pesquisadores da Califórnia manipularam um gene para criar ratos hipersensíveis à nicotina e descobriram uma molécula responsável pelo vício do tabagismo, informa hoje a revista "Science".

Os ratos geneticamente modificados acusaram o efeito da mais ínfima exposição à nicotina --50 vezes menos do que a taxa de nicotina presente no sangue de um fumante típico.

Criada o vício, os animais passaram a manifestar os sinais clássicos da dependência à nicotina, que levam os fumantes a procurar cigarros continuamente.

"Comportamentos relacionados com a dependência, como recompensa, tolerância e sensibilização, surgem com intensidade e a partir de doses de nicotina bastante baixas [nos ratos]", explica o artigo na "Science".

Nos seres humanos, a recompensa chega como um agradável alívio de tensão causado pela libertação de dopamina, calmante desencadeado pela nicotina.

A tolerância do corpo à nicotina leva a que se fume mais, enquanto a sensibilização significa desconforto quando não se fuma, explicou Henry Lester, professor de biologia no Instituto de Tecnologia da Califórnia que participou no estudo.

As descobertas "não só fornecem provas diretas de como a nicotina provoca dependência, como levantam questões fundamentais sobre a genética do hábito", escreveram investigadores do Centro Médico Universitário de Genebra, na Suíça, em artigo que acompanha o estudo.

Mais de 4 milhões de pessoas morrem anualmente em todo o mundo de causas relacionadas ao tabaco.

Tem remédio

Se as descobertas feitas nos ratos se confirmarem nas pessoas, o estudo pode levar ao desenvolvimento de um remédio capaz de reduzir as pesadas conseqüências físicas e comportamentais do vício, dizem outros cientistas.

As pessoas se tornam dependentes da nicotina quando ela se instala em receptores de neurônios específicos da acetilcolina. É quando a nicotina ocupa esse espaço que se liberta dopamina.

Assim, sendo conhecido o local onde se aloja a nicotina, será possível, segundo os investigadores, criar uma substância que possa ocupar esse lugar.

Daniel McGehee, neurobiólogo da Universidade de Chicago que estudou outro gênero de receptores sensíveis à nicotina, disse que o estudo era "fantástico", mas alertou para possíveis inconvenientes de um medicamento desse tipo.

Interferir no modo como o organismo sente as recompensas da nicotina pode retirar gosto a experiências tão simples como comer alimentos ou beber água, advertiu.

"Essa via não está lá para promover o consumo do tabaco", afirmou. "Está lá para promover comportamentos saudáveis de que depende a sobrevivência da nossa espécie".

"[Mexer nisso] pode interferir com a nossa capacidade de sentir prazer e alegria em coisas banais, saudáveis", alerta McGehee.

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