| Terça-feira, 31 de maio de 2005 17h20 Fonteles admite influência católica ao contestar Lei de Biossegurança FELIPE RECONDO da Folha Online, em Brasília
O procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, admitiu que sua formação católica teve influência no ingresso de uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra o artigo da Lei de Biossegurança que autoriza a utilização de células-tronco de embriões humanos para pesquisa ou tratamento de doenças.
No entanto, argumentou que os cientistas que defendem a legislação seriam agnósticos e, por isso, também seriam influenciados por suas convicções. "Os cientistas que pensam contrariamente a mim são agnósticos fervorosos. Se você me perguntar se tem uma visão católica aí [na ADI], eu digo que tem", disse.
Apesar disso, afirmou que sua ação está baseada em visões científicas que consideram que a vida começa na fecundação. "Se vocês forem ler a minha ADI, ela está toda embasada em concepções científicas", afirmou.
Fonteles sugeriu, como alternativa à Lei de Biossegurança, a criação de um banco de dados com o cordão umbilical de todas as crianças que nascessem no Brasil. Assim, em vez de usarem células-tronco, os médicos usariam o cordão umbilical para o tratamento de doenças hoje incuráveis.
Hoje pela manhã, o ministro da Saúde, Humberto Costa, considerou um retrocesso a decisão do procurador-geral da República. 'Eu respeito a posição dele, mas considero que é uma visão que não corresponde às necessidades que o Brasil tem hoje, afirmou o ministro.
Fonteles disse respeitar a opinião do ministro da Saúde. 'Mas não acho que tenha retrocesso", afirmou. "Cada um na democracia tem a sua opinião", acrescentou.
Leia mais Costa considera retrocesso ação de Fonteles contra células-tronco Procurador-geral da República contesta pesquisa com embrião
Especial Leia o que já foi publicado sobre células-tronco
|