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Quinta-feira, 24 de novembro de 2005 09h32
RNA protege roedora contra vírus da herpes
REINALDO JOSÉ LOPES
da Folha de S.Paulo

O sexo seguro acaba de se tornar menos incômodo para as fêmeas de camundongo, graças a uma das técnicas mais recentes e badaladas da biologia molecular, a interferência de RNA. O truque protegeu as roedoras do vírus do herpes genital e, com alguma sorte, poderá ser aplicado no futuro a humanas, dificultando tanto essa doença quanto a própria Aids, cujo vírus se beneficia do herpes para invadir o organismo.

"Hoje, os remédios [contra herpes] não são lá muito eficazes. Eles moderam a doença e reduzem o tempo de replicação do vírus e de dor em apenas um dia. A vantagem do nosso enfoque é que, em princípio, poderíamos produzir um estado antiviral de longo prazo, que daria proteção por uma semana ou mais", disse à Folha Judy Lieberman, da Escola Médica de Harvard (Estados Unidos). Ela é a coordenadora do estudo, publicado na edição de hoje da revista científica "Nature".

A interferência de RNA, ou RNAi, para abreviar, é uma maneira de brecar a produção de proteínas "no meio do caminho", por assim dizer. Em vez de desligar o DNA que contém a receita para a produção da proteína, destrói-se o RNA que transmite a informação para o maquinário da célula. Até hoje, parece uma técnica potente e específica, mas ela ainda precisa provar seu valor em contextos terapêuticos.

Daí a empolgação com o trabalho de Lieberman. "É fantástico", avalia Tiago Campos Pereira, especialista em RNAi do Laboratório de Genética Molecular da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). A pesquisadora administrou pequenos trechos de RNA que desligam os correspondentes a genes essenciais do vírus do herpes diretamente na vagina das roedoras. Dias depois, colocou ali uma dose letal do vírus.

Apesar da dose, 75% das fêmeas tratadas sobreviveram, contra apenas 25% das não-tratadas. Pereira destaca que a aplicação do medicamento foi fácil --meramente local. "E a resposta ficou restrita a esses tecidos [vaginais], não se espalhando por todo o organismo, o que no caso é bom", diz ele. Além disso, o efeito durou até nove dias após a aplicação, o que seria ideal para um gel aplicado antes das relações sexuais. Lieberman diz que, agora, a meta é aplicar o princípio contra o HIV.

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