Voltar | Ajuda
     
     Em tempo real  
 Destaques
 Economia
 Educação
 Esportes
 Geral
 Mundo
 Política
 Ciência e Saúde
 Tecnologia e Internet
 Variedades


  VilaBOL
VilaBOL

 
Notícias >
 
Envie esta páginaEnvie esta página

Quarta-feira, 25 de janeiro de 2006 09h55
Brasileiro ganha três portais de periódicos científicos
LUCIANA CONSTANTINO
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O Brasil de contrastes, onde apenas 16% da população vive em residências com internet, mas que é o quarto país no mundo a implantar repositórios digitais de arquivos abertos ("open archives", em inglês), colocará neste ano à disposição dos usuários da rede mundial de computadores três novos portais com acesso livre a pesquisas e textos científicos.

Voltados para a área acadêmica, dois portais serão implantados pelo Ibict (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia) até o segundo semestre, com custo de R$ 1,5 milhão cada. A verba é da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).

O terceiro teve seu lançamento anunciado anteontem pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. A iniciativa é da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que já é responsável pelo Portal de Periódicos --uma espécie de biblioteca virtual com mais de cinco anos de existência e quase 9.600 publicações (www.capes.gov.br).

Porém, o acesso neste caso é livre e gratuito apenas para algumas instituições e integrantes delas, como as universidades públicas e as que têm cursos de pós-graduação recomendados pela própria Capes. Só em 2005, consumiu quase R$ 80 milhões em manutenção e ampliação, inclusive com pagamento de assinatura de revistas científicas. Mesmo assim, chega a ter por semestre 7,3 milhões de consultas às bases.

"Acontece hoje de o pesquisador publicar em uma revista e depois precisar pagar para ter acesso. Com o portal de acesso livre, o custo é muito menor", diz o diretor do Ibict, Emir Suaiden.

Para o coordenador de projetos especiais do instituto, Hélio Kuramoto, é também uma forma de evitar plágio. "À medida que o pesquisador divulga sua tese ou publica seu livro no portal há um registro. Será possível detectar qualquer obra posterior e haverá muito mais gente acessando."

O Portal de Periódicos e Repositórios de Acesso Livre, como vem sendo chamado pelo Ibict (www.ibict.br), reunirá revistas e publicações de acesso gratuito existentes no país.

Também deve trazer pesquisas e até anais de seminários e eventos científicos. Para isso, o instituto lançou no final de 2005 o "Manifesto Brasileiro de Apoio ao Acesso Livre à Informação Científica", visando mobilizar entidades e pesquisadores a permitirem a divulgação gratuita de suas obras e licença para cópia.

Um dos argumentos para conseguir adesão é a quantidade de citações que um texto pode ter em obras de outros pesquisadores. Enquanto um artigo publicado em revista impressa tem, na média mundial, 2,4 citações em outras obras, um texto disponível em um sítio na internet de acesso livre chega a ter 7,5 citações.

Livros didáticos

O outro instrumento do Ibict será o Portal de Livros Didáticos, em parceria com o Ministério da Educação. Tem a meta de reunir livros usados no dia-a-dia dos alunos de universidades federais, além de palestras e textos dos professores dessas instituições.

Visa democratizar o acesso e tentar reduzir o gasto dos estudantes com material didático.

Dados do questionário socioeconômico do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) 2004 respondido por alunos de 13 áreas de graduação apontam que mais de 80% deles utilizam a biblioteca da instituição onde estudam com razoável ou muita freqüência, mas não chega a 50% o índice dos que consideram o acervo atualizado.

O Ibict iniciará agora uma fase de negociação com entidades e sindicatos ligados a editoras de livros para discutir direitos autorais. A proposta é chegar a um acordo que inclua também a possibilidade de os estudantes tirarem cópias de parte das obras.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre publicações científicas


    Envie esta páginaEnvie esta página

  • Notícias >