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Quinta-feira, 06 de abril de 2006 09h54
"Dentistas" podem ter atuado há 9.500 anos
REINALDO JOSÉ LOPES
da Folha de S.Paulo

No século 21 é difícil imaginar que alguém se submeteria de livre vontade a semelhante tortura, mas tudo indica que aldeões paquistaneses que viveram há 9.500 anos, durante o Neolítico (período que se inicia com a invenção da agricultura), usavam brocas de pedra para abrir buracos nos próprios dentes --sem anestesia.

Parece tratar-se do primeiro registro da atividade de "dentistas", dizem os descobridores dos dentes furados e dos artefatos em artigo na "Nature" de hoje.

"Em alguns casos nós encontramos uma relação direta entre cáries e as aberturas na coroa dentária, enquanto em outros isso não é tão evidente. O que complica a interpretação é o desgaste dos dentes, muito acentuado nessas populações do Neolítico", explica o pesquisador italiano Roberto Macchiarelli, que trabalha na Universidade de Poitiers (França). Há até sinais de que um tipo de "massa" dentária tenha sido utilizado: material de origem vegetal ou, em alguns casos, betume (material aparentado ao petróleo usado na produção de asfalto).

Os pesquisadores chegaram a simular o procedimento "odontológico", no qual as brocas de pedra eram amarradas a arcos de madeira, os quais eram movimentados rapidamente para abrir os buracos. Um dos indivíduos cujos ossos foram encontrados pelo grupo de Macchiarelli teve três dentes perfurados, enquanto outro sofreu duas "obturações" no mesmo dente.

A prática foi abandonada cerca de 6.500 anos atrás, para sorte dos aldeões. "Não tenho idéia do porquê", diz Macchiarelli.

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