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Quinta-feira, 20 de abril de 2006 14h48
Surto de cólera mata 600 pessoas em Angola
da Efe, em Luanda
Um surto de cólera que atinge Angola desde janeiro e já se propagou por mais de 18 províncias deixou mais de 600 mortos. A informação foi divulgada hoje pelo ministro da Saúde Pública angolano, Sebastião Veloso.
Cerca de 12 mil pessoas nas províncias de Luanda, Bengo, Kuanza Norte, Benguela, Malanje e Huambo contraíram a doença, segundo Veloso. Segundo ele, as autoridades angolanas estão intensificando as medidas necessárias para conter o surto epidêmico.
"O governo está intensificando as tarefas de educação sanitária, assim como a distribuição de remédios e o saneamento básico", disse Veloso, que descartou, por enquanto, a necessidade de pedir ajuda internacional. "Há recursos humanos e remédios para combater a epidemia", disse.
Na quarta-feira, o representante em Angola da OMS (Organização Mundial da Saúde), Fatoumata Diallo, se reuniu com o primeiro-ministro do país, Fernando da Piedade Dias dos Santos, a quem garantiu o apoio da organização às autoridades médicas locais.
"Contamos com sete toneladas de remédios, equipamentos e material para combater a doença, além de dois especialistas que acompanham a evolução da epidemia", disse o representante da OMS.
Uma delegação de alta categoria do ministério da Saúde Pública viajou hoje para a província de Malanje, no norte do país, onde o número de pessoas contaminadas chega a 446 --oito delas morreram.
Segundo os últimos dados, nas províncias de Bengo, Hambo e Luanda houve uma redução da incidência da cólera, mas as autoridades sanitárias continuam em estado de alerta e acompanham o desenvolvimento do surto epidêmico.
Os surtos de cólera são mais difíceis de conter nas localidades que não contam com redes municipais de distribuição de água potável e onde os moradores usam poços artesianos contaminados pelo esgoto, que transborda por causa das chuvas.
A cólera, que aparece durante a temporada de chuvas (de setembro a abril) no sul da África meridional, é uma doença que causa diarréia aguda, provocada por uma infecção intestinal pela bactéria Vibrio cholerae.
Sem um tratamento adequado, o doente perde rapidamente seus fluídos corporais e a morte ocorre em questão de horas por causa do choque provocado pela desidratação.
Quando é tratada a tempo com antibióticos, a infecção é contida sem dificuldades. No entanto, em casos em que o doente está enfraquecido por outras condições, como desnutrição ou Aids, a cólera é, geralmente, fatal.
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