| Domingo, 22 de outubro de 2006 08h54 "Paêbirú" supera Roberto Carlos e se torna vinil mais caro do país da Folha de S. Paulo
Não é bossa nova, não é tropicália, não é jovem guarda nem samba. O disco mais valioso da música brasileira é "Paêbirú", feito por Lula Côrtes e Zé Ramalho. O álbum, principal expoente do gênero conhecido por psicodelia nordestina, chega a valer hoje, em seu formato original em vinil, R$ 4.000.
Relativamente desconhecido, "Paêbirú" alcançou preço mais alto do que "Louco por Você", o primeiro de Roberto Carlos, que por anos conservara o título de mais caro do país.
Segundo lojistas, donos de sebos, especialistas e colecionadores ouvidos pela Folha, o que inflacionou o valor de "Paêbirú" nos últimos meses foi o grande interesse de compradores estrangeiros pela psicodelia nordestina.
"No Sub Reino dos Metazoários", do pernambucano Marconi Notaro, que tocou com Zé Ramalho e Lula Côrtes, também teve a sua cotação alavancada.
Além desses, "Não Fale com Paredes", da obscura banda progressiva Módulo 1000, e "Coisas", cultuado álbum de Moacir Santos, estão, hoje, entre os vinis mais caros da discografia brasileira --uma cópia de qualquer um deles atinge valor de venda acima de R$ 2.000.
Além de sua raridade, "Paêbirú" é caro devido a uma aura quase mística. A fábrica e estúdio Rozenblit, onde o álbum foi produzido, foi inundada por uma enchente que atingiu Recife em 1975 e milhares de cópias foram perdidas --salvaram-se cerca de 300, que a mulher de Côrtes, Kátia Mesel, havia levado para sua casa.
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